quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DICAS PARA UMA COMUNICAÇÃO EFICIENTE ( parte II )

VOZ: é o resultado da articulação de partes dos aparelhos digestivo e respiratório, o que acaba por movimentar todo o organismo que funciona e se expressa por meio da voz. Por isso que através da fala é nítido o nervosismo, a pressa, a hesitação, quando estes componentes psicológicos e seus contrários estiverem presentes. Devemos então conhecer: 

Respiração: constituída de inspiração e expiração, deve ter seu fluxo completamente normal para fazer vibrar as cordas vocais e produzir voz. Quanto mais aproximado for o som ouvido no gravador da voz que toda pessoa se atribui, mais eficiente está sendo feito este processo. Várias técnicas são desenvolvidas por fonoaudiólogos para esta conquista.
Diz-se que a voz mais natural é aquela projetada na parte que vai da sobrancelha até a boca, numa concentração e emissão de ar sem esforço. Um teste comum é cantar com a boca fechada uma determinada melodia e sentir vibração no nariz e próximo da boca, pontos onde o ar deve ressonar com a mesma intensidade.

Pronúncia: é fácil acomodar-se com familiares e amigos e passar a omitir sons de sílabas ou até palavras inteiras. Boa pronúncia é ser mais bem compreendido e aumentar credidilidade. Quem não se admira sem receio com a pessoa de fala clara, bem pontuada, com assuntos relevantes e nela credita sua confiança e respeito?
Entre os sons mais negligenciados estão os "erre" finais e os "i" intermediários (pegá-pegar, jardinero-jardineiro), além da simplificação de algumas palavras (pra-para, pcisa-precisa, tamém-também) e do deslocamento de letras (cardeneta-caderneta, estrupo-estupro). A providência é uma auto-análise profunda em direção a identificar suas imperfeições, incluindo as gírias em geral e sobretudo as restritas a segmentos específicos (idade, profissão), mas jamais perder a naturalidade em situações intermediárias desta aprendizagem.

Volume: cujo ideal é sempre o adequado ao ambiente, `a existência de microfone e qualidade de sonorização, `as condições acústicas. Analisar estes detalhes é determinante para estabelecer o melhor tom. Voz baixa gera desatenção; voz alta, irritabilidade.

Velocidade: a respiração, a pronúncia e a emotividade de cada pessoa determinam a rapidez ou lentidão da voz. Também interage nesta parte a característica da mensagem comunicada: a frase "sou comunicativo, estou sempre rodeado de amigos, não páro nunca de me movimentar" dita de jeito lento, não comunica com coerência e veracidade. Só que a naturalidade deve ser preservada, então:
. se você fala rapidamente e deseja permanecer assim, procure pronunciar cada vez melhor cada palavra, crie o hábito de repetir as informações importantes pelo menos duas vezes, com termos diferentes, para que o público entenda bem;
. se você fala lentamente, e sente-se bem neste estilo, procure olhar para o auditório durante as pausas Ao reiniciar, pronuncie com ênfase e energia as três primeiras palavras para recapturar eventuais atenções perdidas e dar idéia de que durante sua sentença anterior, falada lentamente, você estava refletindo, o que valoriza muito o silêncio.
A propósito do último parágrafo, a alternância de volume e velocidade da voz tendem a causar boa impressão na platéia, desde que se mantenham requisitos de boa pronúncia. Mas as pausas, veja bem, não devem ocorrer a cada palavra ou grupo de três palavras, porque pode inspirar desconcentração ou falta de conhecimento sobre o que se fala.

Ênfase: as palavras adquirem sentidos distintos a partir da forma de pronúncia em relação `as demais da mesma frase. A idéia é, nos momentos considerados oportunos, pôr nas palavras a inflexão de voz e o sentimento respectivo. Esse destaque auxilia a comunicação e pode ser feito com vários recursos (intensidade, pausa silábica, ou entremeio de pausas).

Sotaque: a fonética na Língua Portuguesa estabelece a forma correta da pronúncia dos sons e palavras. Entretanto, num país continental e miscigenado como o Brasil, é natural o sotaque. Não se deve procurar escondê-lo, desde que as pessoas entendam perfeitamente suas frases e o uso do sotaque não venha a interferir na credibilidade do orador, o que depende do tipo de platéia ouvinte.

Uso do microfone: sejam com pedestal, seguros na mão ou de lapela, a posição ideal para falar é 10 centímetros da boca, abaixo na direção do queixo. Não se deve dirigir o olhar ao instrumento, exceto nos primeiros segundos da fala para posicionamento, ou na eventualidade de ter que virar o corpo para enxergar uma parte lateral da sua platéia.
Os pedestais são flexíveis e normalmente regulados com ajuda da equipe do evento. Se segurado com a mão, deve ser posicionado com a distância já referida, e deixado descansado junto com o braço em momentos breves de intervalo (quando alguém faz pergunta; quando outro orador responde a sua questão; quando há alguma interrupção qualquer), sempre cuidando o tremer do corpo e os gestos que não podem afastar o microfone da boca para não perder qualidade de som. Os sistemas de lapela são fixados por um técnico e basta o cuidado de não baixar o rosto por algum motivo, porque a maior proximidade com o aparelho ultra-sensível aumenta consideravelmente o volume da voz. Com ele, comentários paralelos com outros oradores são impraticáveis. 





Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra.
Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas. A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceita com facilidade."
Contos árabes
                                                                                                                                     Rebeca Soares

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